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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

115 ANOS DA HARLEY-DAVIDSON, em homenagem a Henrique Fernando, o Coronel Claussen







Atropelado por uma motocicleta, na avenida Delfim Moreira, morreu aos 100 anos e 11 dias de idade, em 14 de maio de 1938, o Coronel Henrique Fernando Claussen. Apesar da idade, tinha memória invejável e grande robustez física, causando seu passamento enorme consternação na cidade.

O “velho Claussen” foi vereador em vários períodos entre 1892 e 1913, quando a chefia do Executivo Municipal era exercida pelo presidente do Legislativo e, mudada a política municipal com a criação da prefeitura, apesar da idade, mantinha sua liderança política sempre considerada pelos aliados e adversários.
Agricultor, negociante, e chefe político, Claussen abriu o traçado primitivo da estrada Teresópolis-Itaipava, regulamentou a cobrança de impostos municipais, e criou o primeiro código de posturas do município.

Repórter consciente do desenvolvimento de Teresópolis, cidade que viu surgir, Claussen assistiu o retalhamento das terras de George March, a partir de 1853, quando aqui chegou aos quinze anos de idade, e participou de tudo que aconteceu na cidade por quase um século. Foi testemunha ocular da nossa pré-história. Viu surgir junto com a freguesia as igrejas de Santo Antônio e Santa Teresa, em 1855, e participou dos movimentos que moldariam o município, emancipado em 1891. Sonhou com muitos outros a chegada do trem, viu a mata virgem dar lugar às lavouras, ajudou a abrir ruas e estradas e assistiu, até mesmo, serem construídos os primeiros sobrados da emergente cidade que o acolheu.

Filho mais velho de Jacó e Carolina Claussen, Henrique Fernando veio para Teresópolis com a mãe viúva e os irmãos Guilherme, Adelaide e Henriqueta, mudando da Fazenda Santo Antônio, propriedade do Barão de Mauá em Itaipava, para a Posse, que pertencia ao Tenente Joaquim Paulo de Oliveira, suposto filho de Tiradentes.

Casado com Maria de Oliveira, que era filha de Francisco Paulo, irmão de Paulino José de Oliveira (um dos “netos de Tiradentes”, com quem sua mãe unira-se em segundas núpcias), o dinamarquês Henrique Fernando teve oito filhos: Mariana Carolina, Henrique Filho, Cristina, Luisa Maria, Laura, Elvira, Fernando Henrique e José Henrique. Estes, casaram-se com membros de diversas outras famílias, entre elas os Turl, Féo e Silva. E, através de seus irmãos - Guilherme, Adelaide e Henriqueta, além dos irmãos por parte de mãe, Paulino José, Alexandre Paulino e Cândida - os Claussen ramificaram-se em outras famílias, fazendo surgir numerosa descendência.

Menos de um mês após sua morte, o “Senhor Hendrik Fer-dinand Claussen”, Coronel da Guarda Nacional do Brasil foi homenageado pelo seu país de origem, a Dinamarca, com uma medalha em ouro maciço, tornando-se membro da Ordem da Cidadania Dinamarquesa. “Em 8 de junho de 1938, Sua Majestade o Rei Christian X da Dinamarca condecorou Hendrik Ferdinand Claussen. De origem dinamarquesa, Hendrik Ferdinand Claussen celebrou seu centésimo aniversário no dia 3 de maio de 1938. Foi um dos pioneiros e fundador de Teresópolis, cidade de veraneio do estado do Rio de Janeiro, Brasil, onde, por muitos anos exerceu o cargo de chefe do Executivo. Era normalmente chamado de ‘o dinamarquês fundador da cidade’. Em sua longa existência, prestou respeito ao seu país de origem, e deve ser considerado um homem que honrou a Dinamarca no estrangeiro”.

Organizada pelo Serviço de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, a prefeitura promoveu em 2010 , na Casa de Cultura Adolpho Bloch, uma bela exposição em homenagem à “Claussen, o Patricarca da Política de Teresópolis” e, pela primeira vez, foram vistos documentos e fotografias da família, remetendo a nossa memória aos primórdios da cidade de Teresópolis. Além dos acervos iconográficos, foram mostrados objetos e documentos pessoais, acumulados nos mais de cento e cinqüenta anos da fazenda do Imbuí, a “Casa dos Sete Cedros”, propriedade de Henrique Fernando Claussen, constituindo registros fundamentais para o resgate da memória de Teresópolis. A exposição foi idealizada e projetada pela professora e doutora em artes, Nilza de Oliveira, e seu irmão, professor de economia, Henrique Fernando de Oliveira, ambos bisnetos do Coronel Claussen e descendentes de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

A saga dos Claussen, e a participação da família na formação da cidade, merecem pesquisas mais aprofundadas. A importância, mesmo, da “Casa dos Sete Cedros” para a memória local é tão relevante que a secretaria municipal de Cultura está ultimando os detalhes para o tombamento do imóvel, que fica no Parque Imbuí. É nesta casa tão importante, onde ocorreram decisões que mudaram os destinos de muita gente, que também morou o poeta Olegário Mariano. Aí, a sede da velha fazenda de Claussen transforma-se na “Toca da Cigarra”, imóvel que pertence à família Benchimol e que em suas paredes bem ilustradas, e no mobiliário antigo, e no zelo que recebe dos atuais proprietários, continuam guardando bonitas histórias da Teresópolis de antigamente.




Fonte:http://wanderleyperes.blogspot.com.br/2013/08/coronel-claussen-e-sua-moto-aos-cem.html

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