Quando o casal Larissa e Peter comprou uma casa do século 19 no interior da Holanda, ela era rural em todos os sentidos da palavra. Os moradores originais da construção haviam acabado de se despedir dela, e as vacas mal haviam deixado o estábulo quando os dois se apropriaram do espaço. Se os antigos donos foram generosos ao deixar alguns de seus móveis para trás, Larissa e Peter também herdaram alguns inconvenientes. A fundação da casa, por exemplo, estava comprometida e teve que ser substituída, junto com o telhado, o piso e as paredes. Esse trabalho foi executado pelo próprio Peter, que já tinha experiência com projetos de renovação.
“À primeira vista, enxergamos as possibilidades da casa, apesar de sentirmos que haveria muito trabalho pela frente”, conta o marido. Devido à localização serena e às altas e intactas vigas, a morada parecia, aos olhos do casal, uma “catedral de fazenda”. Desejando manter a alma rústica do edifício, Larissa e Peter queriam, ao mesmo tempo, tornar mais íntimo o grande espaço que passaria a abrigar o casal e seus filhos. A partir da antiga estrutura, separaram o novo projeto em três unidades: o que era o estábulo virou as salas de estar, jantar, lazer e trabalho; o local onde o leite era armazenado passou a servir a função de guardar os pertences da família; a parte frontal da casa é agora sede dos quartos e dos banheiros.
Na reforma, houve a preocupação de usar materiais sustentáveis. Voltando a métodos tradicionais de construção, muito da matéria-prima empregada era reciclada ou foi encontrada na própria fazenda. Depois de dois anos e muito esforço, concluiu-se o projeto. O design de interiores é assinado pelo Studio Viva Vida, escritório onde trabalha Larissa, e mistura cores fortes, em móveis modernos, com peças vintage, tudo contra um pano de fundo rústico, ora em madeira, ora em tijolos. O resultado é um lar extremamente acolhedor, de charme simultaneamente campestre e urbano.
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