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terça-feira, 20 de março de 2012

KYSELAK, O PRIMEIRO GRAFFITER

Os subúrbios nova-iorquinos, a linha de comboio, hip-hop, rap, break dance, as décadas de 80 e 90, néons, ghetto-fabulous. O graffitti não é instruso nesta salada de conceitos e palavras, mas a verdade é que o "tag" teve um precursor inusitado, oriundo de um cenário ainda mais improvável: Joseph Kyselak, um oficial da Justiça ao serviço da corte vienense do século XIX.
graffiti, joseph, kyselak, tag
© Wikicommons, Imagem de Harold, Brno, Bystrc.
Cerca de dezasseis destas assinaturas sobreviveram mais de cento e oitenta anos. Parece que também se pode encontrar o seu nome no Monte Fuji, no Kilimanjaro e na catedral da Colónia. Joseph Kyselak tornou-se lenda e gerações posteriores consideraram-no o pai da arte dos graffiti. Contamos aqui a história de um excêntrico aficionado em perpetuar-se a si mesmo.
"O que há num nome?", pergunta Julieta, numa das mais célebres passagens do clássico de William Shakespeare; no universo da arte urbana, em particular do graffiti, o nome é a marca de quem nunca (ou raramente) dá a cara, tendo em conta a frequente associação dessa forma de expressão a um mero acto de vandalismo. Daí a importância do "tag", um mecanismo de exaltação da identidade artística, indelével e inimitável, como só uma assinatura pode ser.
Joseph Kyselak foi, no século XIX, o pioneiro desse tipo de inscrições no espaço público. E tudo graças a uma aposta entre amigos: em três anos de viagem, Kyselak deveria ganhar notoriedade ao assinar o seu nome um pouco por todo o império Austro-Húngaro, utilizando apenas tinta de óleo preta.
Virando costas à corte, assim o fez, deixando a sua marca em castelos, igrejas, rochas, árvores, obeliscos e todo o tipo de superfícies e mobiliário urbano. Estima-se que cerca de 16 dessas inscrições tenham sobrevivido ao teste do tempo (praticamente dois séculos) e possam ainda ser vistas.
Descendente de famílias abastadas e com uma carreira já iniciada nas instituições judiciais da corte de Viena, Kyselak era um viajante inveterado, tendo realizado várias caminhadas e travessias de barco pelo rio Danúbio - algumas das quais registadas em dois volumes.
Aventureiro e amante da Natureza, o austríaco morreu tal e qual como viveu - desafiando o risco: durante a epidemia de cólera que alastrou por Viena, Kyselak recusou sair da cidade e, contrariando todas as indicações, continuou a comer fruta fresca e acabou por contrair a doença. Com 32 anos, falecia aquele que é considerado, ainda actualmente, o pai do "tag" moderno.
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© Wikicommons, Kyselak_Wachau


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/03/kyselak_o_primeiro_grafitter.html#ixzz1pfvE39H9

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