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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sou professor, por quê?



Se consegui como professor ao longo de minha carreira ajudar as crianças, adolescentes e jovens com os quais tive a oportunidade de trabalhar me sinto realizado. E como um professor ajuda seus alunos? De várias formas, é claro, das mais imediatas e perceptíveis as que são invisíveis aos olhos, mas presentes no coração e nas mentes de cada aluno.

Quando pensamos na escola a primeira coisa que nos vem a cabeça são as aulas, os conteúdos, os saberes. Todo o conhecimento acumulado ao longo da existência humana, trabalhado pelos professores, trazido a tona de diferentes formas, como um meio de tornar os alunos mais capazes, preparados e prontos para os desafios do mundo.

Ensinam-se a história dos povos, a matemática como elemento de raciocínio e lógica, as línguas que permitem as pessoas a comunicação em diferentes formas, a geografia a desvendar os caminhos do planeta, as ciências naturais a explicar os fenômenos ao nosso redor, as artes a encantar os olhos e estimular o surgimento de novas produções, a educação física a prezar a saúde, os esportes o respeito ao próprio corpo.

Com tudo isso vem a estética, a ética, a cidadania, a moral, as relações interpessoais, a organização, a preparação para o trabalho, a condição de vida em sociedade, a capacidade de se encantar com o mundo, a possibilidade de intervir e atuar por condições mais humanas e dignas, a preparação para lutar por um mundo melhor. 

O professor é aquela pessoa que se digna a promover o conhecimento e, ao mesmo tempo, que assume compromissos relacionados a formação integral do aluno, que como dissemos, vai muito além do conhecimento objetivo de dados e informações relevantes, se estendendo até a forma como os alunos se comportam, compreendem o mundo ao seu redor e interferem na sociedade.

Na escola, a partir de grandes professores e de suas ações e inteligência pedagógica, aprendemos não só a ler, mas a amar os livros, os escritores, as histórias por eles narradas, sua criatividade, suas rimas, a riqueza das palavras. 

Professores inesquecíveis nos fazem suar para aprender matemática ou ciências, mas seus ensinamentos perduram e permitem a seus pupilos que ao longo de suas experiências façam uso real daquilo que lhes foi trazido na forma de números, fórmulas, cálculos, experiências, conceitos e hipóteses. Tornam-se capazes de articular-se, de concluir, refletir, raciocinar.

A viagem no tempo e no espaço é igualmente uma possibilidade oferecida aos alunos pelos professores de história, geografia, sociologia e filosofia. Compreender o homem, suas ações, realizações e produções. As guerras, o modo como lidamos com a natureza (para o bem e para o mal), as revoluções, as estruturas e sistemas sócio-econômicos, tudo isso é permitido a partir da ação destes profissionais. Espera-se que ao final sejam mais conscientes, críticos, atuantes, politizados.

Além de tudo isso, o que se pretende ao ingressar numa profissão como esta é que ao final tenhamos pessoas melhores, mais felizes, capazes de se perceber, de entender o mundo ao seu redor, de se relacionar melhor com o outro, tolerantes e cientes da riqueza que há na diversidade do universo em que vivem.

Creio que escolhemos ser professores por acreditarmos que e possível, de fato, através da educação, contribuir para que amanhã o mundo seja melhor porque estivemos em salas de aula, na presença e participação de nossos alunos, auxiliando-os a construir o seu próprio futuro de modo a que atinjam a autonomia moral e, acima de tudo, para que de suas ações hoje e no futuro, brotem o progresso, a paz e o amor.

Por João Luís de Almeida Machado
Membro da Academia Caçapavense de Letras

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